Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Aprendi a amar a nossa Igreja – Santuário, meu lar

“O Santuário não é um prolongamento da minha casa. A minha casa é que é o prolongamento do Santuário”

Nascido na pequena cidade de Passos, sul de Minas Gerais, ainda muito criança, juntamente com a família, mudou-se para São Paulo: “eu nasci em 1942. Em 1950, com oito anos, viemos para São Paulo. Ao chegarmos fomos morar na rua Pedro Pires, na Vila Carrão. Pouco mais de um ano depois viemos para Vila Formosa e não me mudei mais de bairro”, conta Adão Cândido Pereira.

A mudança trouxe-o para mais perto do Santuário: “viemos morar na rua Salvador do Vale. Mas por muitos anos apenas vinha na missa. Não participava de nenhuma pastoral. Nem da catequese, pois em Minas, mesmo pequenos, já éramos catequisados. Também muito cedo, devido a morte de meu pai, tive de assumir responsabilidades na família. Então, ainda criança, vinha ajudar na lavagem da padaria (a mesma que ainda hoje localiza-se na esquina da João XXIII com a Av. Renata) todos os finais de semana, além de trabalhar como “caixeiro” ou balconista”, relembra Adão.

Apesar de chegar em 1950 acompanhou a finalização da construção do santuário: “como criança e adolescente, vi a construção do Santuário. Conversava muito com o Pe. Chico (Francisco Jansen). Vez ou outra e nos dava uma moeda de 500 réis e ficávamos felizes. Eu ia logo ao bar, colocava a moeda no balcão e pedia ‘dá tudo isso em bala’. O dono do bar pegava um vidro, destampava, e começava a contar. Ao final eu ficava muito feliz, pois pegava um punhadão de bala. A gente brincava muito, também na frente da igreja. Como não era cimentado, após a escada virava uma lama quando chovia até a Av. Renata. Usávamos tábuas e descíamos deslizando até lá” rememora sorrindo…

Adão lembra os nomes, de cor, de todos os párocos e da maioria dos vigários: “Aprendi, ainda em Minas, que, em sinal de respeito, temos de beijar as mãos do padre. Acho que é isso que até hoje não me acostumo com este jeito moderno de algumas pessoas tratar os padres. Porém, sempre gostei de conversar com eles. Apesar de somente frequentar as missas e, algumas vezes, as quermesses que aconteciam aqui a frente da igreja” comenta ele.

No início da década de 1980 tudo mudou. “Minha vida mudou. Digo mais, aqui aconteceu minha verdadeira conversão. Até então eu só vinha na missa e me sentava sempre do meio para traz. Foi então que participei do Encontro de Casais e, na quinta-feira seguinte aconteceu o reencontro. Neste comecei a ser incentivado/motivado pelo mestre Delfim. A partir daí sempre participei ativamente do mais diversos movimentos/pastorais de nosso Santuário. Primeiro como acólito (sou até hoje), depois como catequista (até 1994), pastoral familiar, liturgia, enfermos, curso de noivos. Apenas para citar, em um determinado momento, não me lembro exatamente o ano, tínhamos uma comissão organizadora coordenada pelo casal Inês e Raimundo. Eu era responsável pelo arquivo. Chegamos a ter cerca de 3.800 casais listados que se colocaram a disposição e sabíamos que poderíamos contar com eles quando precisarmos”, conta demonstrando ar vitorioso com tantas realizações e com quantas pessoas teve a oportunidade de trabalhar…

 

 

 

 

 

Lembra com muito carinho um ministério que exerceu até há pouco tempo: “em 1992, após participar, juntamente com um grupo, de um curso preparatório com duração de dois anos e sete meses, exerci o ministério extraordinário do matrimônio e do batismo. O último dia de preparação foi acompanhado por Dom Paulo Evaristo Arns, então nosso arcebispo e cardeal. Além destes trabalhos, na quermesse fui o churrasqueiro por 9 anos e desde a época do Pe. Agenor contribuo com a segurança dos eventos. Mas outra atividade de que me orgulho muito em participar é da fraternidade de Nossa Senhora do Sagrado Coração. esposa, Geny Maria de Jesus Pereira, e eu fomos convidados pelo Pe. Bertasi em 1994 e desde então somos participantes dela” comenta agradecido.

Finalmente, relembra que profissionalmente por muitos anos foi militar, trabalhando inclusive na segurança pessoal de diversas autoridades estaduais e federais, entre outras: “certa vez um colega militar me viu como acólito aqui no santuário.

Ao retornar para o quartel contou para todo mundo que ‘o sargento Adão anda de saia e virou padre’.

Pronto! Todo mundo, inclusive os de patente superiores, trocaram-me de patente e lá passei a ser chamado de ‘padre Adão’, relembra sorrindo… e conclui

“gosto de ser igreja. Gosto de ser católico!”

Miguel Mota