Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Dona Lourdes – Devota à primeira vista. Conheça sua história!

Os missionários do Sagrado Coração celebram cem anos de presença missionária no Brasil. Uma das regiões em que foram pioneiros, é a região de Bauru e Lins, a cerca de 450 quilômetros da capital paulista. “Eu nasci em Lins, interior de São Paulo, em 1934. No início da década de 1950, viemos para São Paulo: minha mãe, Cândida Maria do Nascimento e seus seis filhos. Chegamos e fomos morar na rua Carlito”, conta dona Maria de Lourdes Henrique.

A devoção a Nossa Senhora do Sagrado Coração nasceu ainda em Lins: “Pouco antes de mudarmos, um padre levou uma nova imagem de Nossa Senhora à Igreja. Minha mãe gostou demais dela. Porém, ficou muito triste e até chorou, pois mal a conheceu e já ia deixá-la por estar de viagem marcada” relembra dona Lourdes.

A viagem foi longa e um pouco demorada. Uma surpresa aguardava pela família: “Ao chegarmos em Vila Formosa, em 1952, combinamos, com a senhora que iria nos acolher, de nos encontrar na igreja. Minha mãe ficou emocionadíssima ao entrar na igreja e notar que esta era a igreja principal, da imagem de Nossa Senhora que havia conhecido e deixado no interior. Desde então nunca deixamos de freqüentar e participar dos trabalhos do Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração” conta, emocionada…

Ela já participava ativamente Santuário 71 anos Devota à primeira vista dos trabalhos da igreja lá no interior. Então deu continuidade aqui: “Minha participava do apostolado e continuou. Eu participava do ‘grupo das virgens’ e das ‘Filhas de Maria’, e também continuei aqui. Também nunca deixamos de ajudar nas quermesses. Contamos muito com apoio dos padres Francisco, João, Alberto e do ainda irmão Afonso”, rememora ela.

Lembra com muitas saudades das grandes romarias que vinham nas festas da padroeira, especialmente das procissões e dos carros alegóricos. Entretanto, sempre ajudou na barraca dos coelhinhos: “foi nesta que conheci meu marido, Anésio Henrique. Numa das festas ele me conheceu e nunca mais nos separamos. Ele morava em Suzano. Vez ou outra ele reclamava de eu ir cuidar desta barraca. E eu dizia que graças a ela que ele havíamos nos conhecido. E ele respondia: ‘eles é que são os culpados…’.” conta sorrindo… Além dos grupos anteriores, participou, também de outros: “fui membro do coral coordenado pelo Pe. Francisco e pelo senhor Darci.

Depois ingressei no Apostolado da Oração e na Legião de Maria. Desde então participo destes além da equipe de liturgia das celebrações das 7h30 dos domingos e de ser ministra da eucaristia”.

Como ministra, ao levar a eucaristia aos doentes, enfrenta um sério problema: “tenho muito medo de gato. Quando era criança, com cerca de 10, eu já trabalhava. Todos começamos a trabalhar cedo devido ao meu pai ser muito doente.

Um dia um dos filhos de meus patrões me convidou para dar um coro no gato. Fechamos o quarto e começamos. Logo ele, furioso, grudou as garras na garganta do menino. Ele, aos gritos, pediu-me para abrir a porta. Ao abri-la o gato desapareceu e nunca mais voltou. Os pais dele perguntavam pelo gato e não dizíamos nada.

Porém, como infeccionou tivemos de contar a verdade e ele foi levado ao hospital. Desde então, morro de medo de gato. E passei isso para as minhas filhas. Então, se vou visitar um doente, já pergunto se tem gato. Se tiver, já aviso que terei dificuldades em ir…” conta com sorriso meio medroso… Finalmente, relembra das dificuldades pouco depois de chegarem aqui: “trabalhávamos na Guilherme Giorgi. Íamos a pé pelas trilhas e normalmente havia muito barro. Ultimamente participei de alguma ordenações, do Pe. Valmir em Ponte Serrada (SC) e do Pe. Júlio, em Marmelópolis (MG).

Naquela passei muito frio e nesta muito medo devido ao barro na estrada e a dificuldade do ônibus em seguir viagem. Mas a do Pe. Arturo foi mais complicada, pois viajamos 24 horas para ir e outras 24 para voltar.

Pouco depois ele saiu e se casou. Aí eu disse: tanto sacrifício para quê…” relembra sorrindo.

Miguel Mota.