Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Eterna devota de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Bem no meio do século passado, quando São Paulo não era ainda uma metrópole, nascia a nossa entrevistada deste mês: “Nasci na Moóca, em 1950. Porém, com dois anos vim com meus pais para a Vila Formosa. Depois, praticamente, não saí mais daqui”. Conta Edna Mathias.

Vila Formosa estava em formação e o Santuário também: “Eu frequento a comunidade desde o ventre de minha mãe. Embora morássemos em outro Bairro, meus pais sempre frequentaram aqui. Fui batizada em Aparecida, mas todos os outros sacramentos recebi aqui. Inclusive, numa das procissões me perdi. O Pe. Francisco Jansen pegou-me no colo e perguntava ‘quem são os pais desta criança?’,” rememora ela.

Na medida que o tempo passava, aumentava, também, seu envolvimento e participação na comunidade: “fui estudar no Externato Nossa Senhora do Sagrado Coração a partir do segundo ano. Em seguida participei do movimento das virgens, das cruzadas (na qual permaneci até a recepção das fitas amarelas), Filhas de Maria, liturgia (comentarista da missa das 16h30) e Grupo de Jovens. Normalmente eu ia em duas missas, de manhã, às 10h30 e a das 16h30. Na primeira íamos mais para nos encontrar com os jovens e namorar. À tarde, não. Ia para participar mesmo, afinal, eu era comentarista”, relembra sorrindo…

Apenas por um breve tempo deixou de residir em Vila Formosa: “Quando me casei fomos morar próximo ao Parque São Lucas, mas não deixamos de frequentar a igreja daqui. Foram apenas 18 meses. Infelizmente, após um acidente automobilístico, na Fernão Dias, próximo a Mairiporã, meu marido faleceu. Desde então retornei para cá e não saí mais. Este acontecimento me fez sofrer demais. Procurei o então pároco, Pe. Vitório, e disse-lhe que meu maior medo era perder a fé. Ele e os outros padres, especialmente o Pe. Ricardo (hoje Dom Ricardo, bispo de Pinheiro-MA) me apoiaram muito e me incentivaram a participar do encontro de casais, para o qual já estávamos inscritos. Não só participei como continuei com os trabalhos da comunidade. Sempre agradeço a Nossa Senhora do Sagrado Coração por tantas graças alcançadas”, rememora…

Na década de sessenta tornou-se catequista e teve de deixar logo após o casamento: “Em meados da década de 1980, com a chegada do Pe. Bertasi (já nos conhecíamos desde quando era ela seminarista), fui convidada a retornar à catequese. Posteriormente, com o Pe. Almir, tornei-me coordenadora. Com a chegada do Pe. Jorge, deixei novamente a catequese e comecei a exercer o ministério extraordinário da eucaristia, no qual estou até hoje. Ainda no período Pe. Bertasi, fui uma das coordenadoras da “Escola da Fé”. Quando do assentamento em Porto Feliz, fomos o primeiro grupo a organizar donativos e levamos um caminhão cheio para lá. Participei, também do Grupo de Teatro e por quatro anos acompanhei o Pe. Agenor durante o tratamento que fez de hemodiálise. Nos últimos anos participei da criação da pastoral da Criança aqui no Santuário e da Pastoral do Menor na paróquia São Benedito. No ano passado, acompanhei um grupo de catequese de adultos”, conta ela.

Finalmente relembra sua participação nas procissões e quermesses: “Antigamente, as procissões vinham da Água Rasa. O Sr. Delfim (falecido no mês passado e uma pessoa que muito contribuiu para nossa comunidade) nos preparava para encontrar com ela próximo à igreja São Benedito. A praça Sampaio Vida ainda não existia como a conhecemos hoje. Era um morro e ainda não tinha sido “cortado”. Onde hoje é a capela de vela, ficava o altar e nós ocupávamos a frente da igreja, inclusive as ruas. As quermesses aconteciam onde hoje é o seminário (onde era o Externato) e o estacionamento. A lojinha era nossa cozinha. A primeira vez que foi colocada a barraca de milho verde, a panela de pressão explodiu…”. conta sorrindo…

Miguel Mota