Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Felizes os vossos olhos! (Mt 13,16-17)

26/07/2018 – Felizes os vossos olhos! (Mt 13,16-17)

Nada pior que a ingratidão! O ditado popular condena o gesto do ingrato: “cuspiu no prato em que comeu”. Se fazemos vista grossa e ouvidos de mercador diante dos dons com que nos cumula o Senhor, cometemos esse pecado. Neste Evangelho, Jesus se emociona. Logo depois de interpretar para os discípulos a parábola do semeador, cujo sentido lhes permanecia obscuro, o Mestre se dá conta de que eles estão ouvindo e vendo aquilo que os justos da Primeira Aliança – patriarcas e profetas – teriam suspirado por ver e ouvir…

São privilegiados – como nós – estes seguidores do novo tempo inaugurado pela encarnação do Verbo de Deus, a nova e eterna Aliança com os homens. Por isso a dupla exclamação: Felizes! Bem-aventurados! E não sabemos se aqueles homens simples, um tanto rústicos, chegaram a perceber os privilégios e favores de que eram objeto…

Nós também somos privilegiados. Vivemos um tempo em que os dons do Espírito Santo são derramados de modo intensivo e extensivo, mais que em qualquer outra época da história. O mínimo que podemos fazer é dar graças a Deus, como em meu soneto “Ação de Graças”:

Senhor, em tudo vejo a tua Graça

Derramada sem conta e sem limite:

Nem esperas que eu erga o olhar e grite,

Pois logo o teu divino Amor me abraça!

 

Tua bondade sempre me ultrapassa,

Teus dons sempre superam meu palpite…

E mesmo que eu me furte, e o Amor evite,

A tua Luz me invade e me devassa!

 

Dou-te graças, meu Pai, e reconheço

Que todos estes dons eu não mereço

E hei de acabar a vida devedor…

 

Mas de tua Graça nunca fazes conta

Nem tua Mão meus débitos aponta,

Pois é cego às faturas teu Amor!

 

Sou grato a Deus pelos favores imerecidos que recebo de seu amor de Pai? Ou ainda estou incluído na lista dos queixosos, que se sentem mal servidos por um Deus indiferente?

Orai sem cessar: “Bendirei ao Senhor em todo o tempo!” (Sl 34,2)

Texto e poema de Antônio Carlos Santini, da Com. Católica Nova Aliança.