Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Milagre? Eu voltar vivo da guerra!

Ele, o pai, nasceu no interior, ela, a filha, aqui próximo, no Belém: “Nasci em 1923, em Xavantes, no interior do São Paulo. Logo que atingi a maioridade fui convocado para ser combatente na Segunda Guerra Mundial. Na Itália, vivi horrores. Inclusive fiquei sob corpos de amigos mortos para continuar vivo. Apenas ouvia o barulho das balas passando. A cada combate, agradecia a Deus e a Nossa Senhora por estar vivo, além de rogar seu perdão. Ao final da guerra, voltei para Xavantes e logo me casei com Carmela Russo Viccioli e em seguida viemos para São Paulo capital”, relembra, emocionado, o senhor Ricardo Viccioli.

“Eu nasci em 1947, aqui na capital, no bairro do Belém. Pouco depois meu pai comprou este lote onde sempre moramos. Desde que chegamos nunca deixamos de participar das missas no Santuário de  Nossa Senhora do Sagrado Coração”, complementa dona Odete Vicioli Muniz.

Sempre participaram das atividades da comunidade, mas nunca como lideranças: “nunca deixei de participar da missa das 7h30, dos domingos. No início não havia asfalto. A gente pegava uma trilha até a igreja. Quando chovia, o barro ou a lama não nos impedia, apenas arregaçávamos as calças para não sujar. Por muitos anos fui membro da Liga Católica. Porém, devido a idade e a saúde há algum tempo tenho ido apenas as missas”, conta, saudosamente, o Sr. Ricardo.

“Eu fiz a primeira eucaristia aqui no santuário. Participei da Cruzada Infantil e do Grupo das Virgens, nas décadas de 1950 e 1960. Minha mãe sempre participou do Apostolado da Oração. Todo domingo vamos à missa das 7h30. Meu pai acorda por volta das 4h e não dorme mais com medo de perder missa”, acrescenta dona Odete, com saudade e sorrindo…

 

 

 

 

 

 

 

Momentos marcantes? Muitos: “A gente sempre participou das quermesses e das festas anuais. As mais marcantes foram as de 1953, por ocasião do quarto centenário da cidade de São Paulo e a de 1954 por ocasião da coro-ação papal. Recebemos muitas graças por meio de Nossa Senhora do Sagrado Coração, sendo duas bem marcantes.

A primeira quando eu tinha por volta de 20 anos. Uma prima muito querida faleceu e eu entrei em depressão.

Nem me alimentar conseguia. Um dia entrei na igreja e rezei aos pés de Nossa Senhora do Sagrado Coração.

Cheguei em casa feliz e sorridente e minha mãe perguntou: ‘O que houve, viu o passarinho verde?’, ao que respondi: não, mãe, vi Nossa Senhora do Sagrado Coração”. A segunda foi há pouco anos. Meu pai saiu daqui com minha irmã e meu irmão rumo ao hospital do servidor para realizar uma cirurgia. Os médicos já haviam alertado que era de altíssimo risco. Logo que saíram comecei a rezar e pedir a Nossa Senhora do Sagrado Coração. Eles chegaram lá e o médico disse que devido a uma greve que estava começando a cirurgia não seria realizada e ele seria tratado por meio de medicamentos. Ele se recuperou e não houve necessidade mais da cirurgia”, finaliza emocionada dona Odete.

As fotos são do arquivo da família.

Miguel Mota