Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

MSC – 100 anos de presença no Brasil

Encerramento do Ano Jubilar e Palavra do Superior Geral

 

 

 

 

 

Na Sexta Feira, 20 de maio, os Missionários do Sagrado Coração partiram logo de manhã para a cidade de Pouso Alegre onde participaram de um momento de oração juntamente com o Arcebispo de Pouso Alegre, Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto.

Dom Ricardo, falou sobre a importância dos religiosos MSC na expansão da religião pelo mundo e a sua devoção à Nossa Senhora do Sagrado Coração. Enfatizou o espírito missionário da Congregação e da Arquidiocese. Transmitiu em nome de todo clero, a gratidão pelo tempo de serviço prestado em especial na Paróquia Nossa Senhora da Soledade em Itajubá e em outras paróquias e comunidades, nisto se “vê um grande esforço e dedicação”. Uma congregação “nunca deve fugir de seu carisma, pois está é a segurança de uma congregação. Onde se adapta a qualquer época da Igreja” enfatizou dom Ricardo.

Em seguida, os Missionários do Sagrado Coração seguiram para Itajubá, onde participaram da Santa Missa, presidida pelo Superior Geral MSC, Padre Mark McDonald.

Acompanhe na integra a homilia feita pelo Superior Geral MSC.

“Queridos confrades e amigos,

A passagem do Evangelho que acabamos de ouvir, nos situa em nosso carisma e missão como Missionários do Sagrado Coração. É Sexta-Feira Santa. Jesus ainda está na cruz, pois há pouco morreu. O seu lado foi aberto por uma lança e dele jorram sangue e água. Maria, nossa mãe, está ao pé da cruz, olhando para Jesus. Ela nos convida a ficar de pé junto a ela e olhar para aquele que nós traspassamos. Como o Padre Chevalier, há muitos anos atrás, nós vemos sangue e água jorrar do coração traspassado de Jesus, nós vemos um “mundo novo” surgir. Este é o nosso momento de graça. Esta é nossa visão especial de Jesus, a qual, desejamos partilhar com toda a Igreja e o mundo. Este é o momento de nossa vocação e missão. Este é o momento em que nos tornamos Missionários do Sagrado Coração. Este é o momento em que nós proclamamos: “Amado Seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus”.

Hoje (20/maio), estamos reunidos para celebrar os 100 anos de nossa presença no Brasil. Nós a celebramos, nos colocando de pé, com Maria, Nossa Senhora do Sagrado Coração, junto à Cruz e vivendo os sentimentos e atitudes do Coração de Jesus. Eu gostaria de mencionar brevemente os sentimentos do Coração de Jesus que nos unem hoje nesta celebração.

A primeira atitude é aquela da gratidão de da ação de graças. Ao contemplar o mundo novo que vemos surgir do Coração de Jesus, nos imbuímos do espírito de ação de graças. Somos agradecidos:

– Pelo dom da salvação e da vida que vem a nós e a todas as pessoas;
– Pelo dom do amor: o amor do Pai que nos deu seu único Filho;
o amor de Jesus que “me amou e se entregou por mim”;
– Pelo dom de nosso carisma, que nos permite de ver e contemplar o amor de Deus por nós
e de partilhá-lo com as outras pessoas;
-Pelo dom de poder permanecer com Maria e de tê-la como nossa Mãe;
– Pelo dom de nossa vocação de Missionários do Sagrado Coração e de nossa missão de
sermos sacramentos daquele Coração, na Igreja e no mundo;
– Pelo dom da vida de todos os nossos confrades MSC e de todos os membros da
Família Chevalier que nos antecederam na missão;
– Pelo dom da vida dos primeiros missionários que chegaram ao Brasil há 100 anos atrás;
– Pelo dom da vida de todos que seguiram os pioneiros – Holandeses, Italianos, Belgas, Franceses, Filipenses, Irlandeses e Brasileiros (homens e mulheres), os que têm sido a Família Chevalier nesta amada nação, ao longo destes 100 anos.

De fato, fomos chamados das trevas à luz esplêndida. Aquela luz resplandece da cruz, no alto do Calvário, e nos inspira hoje, como inspirou a tantos que nos antecederam. É em espírito de gratidão e ação de graças, que nos colocamos hoje diante de Deus.

Uma segunda atitude é aquela da obediência. Como Jesus, a quem nós contemplamos, desejamos ver a face de Deus e escutar a sua voz. Como Jesus e como Maria, viemos para fazer a vontade de Deus. Queremos estar abertos e disponíveis para a missão que recebemos.
Desejamos trabalhar arduamente para partilhar o nosso dom com os outros. Nossa vida deve ser instrumento de salvação nas mãos de Deus.

Esta atitude de obediência implica muitas coisas:

– significa que nós, com o Padre Chevalier, somos homens e mulheres com uma missão. Significa que nosso alimento é fazer a vontade de Deus;
– significa que nós, como os primeiros missionários neste país, estamos dispostos a enfrentar as dificuldades e os sofrimentos para cumprir nossa missão;
– significa que, como os mártires de nossa Família Chevalier, estamos prontos a sacrificar nossa vidas, se necessário, pelo povo ao qual somos chamados a servir;
– significa que, como todos os missionários, que trouxeram nosso carisma e espiritualidade para o Brasil, estamos prontos para deixar nossa própria casa e tudo aquilo que nos é familiar, para nos tornarmos irmãos e irmãs em Cristo de pessoas de outras nações, culturas e línguas.
– significa que estamos prontos, para trabalhar com nossos irmãos e irmãs de nossa famílias religiosas, atentos à realidade do Brasil e do mundo; que estamos prontos para escutar uns aos outros e nossos próprios corações; que estamos abertos a um processo de discernimento, afim de descobrirmos qual é o chamado de Deus para nós hoje;
– significa que escutamos as palavras de Maria- “Façam tudo o que Ele vos disser” – para estarmos disponíveis para ir em qualquer lugar e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, para que o Coração de Jesus seja amado em toda parte.

Além dessas atitudes de ação de graças e obediência, a celebração de hoje nos inspira, mais uma vez, a nos colocarmos diante de Deus e dos outros com uma atitude amorosa. A visão do Calvário, o olhar de um Deus que morreu em uma cruz, nos mostra o quanto fomos amados e o quanto somos chamados a amar a Deus e aos nossos irmãos e irmãs, em contrapartida. Este é o sentimento fundamental e primordial que nós partilhamos ao pé da cruz. Somente o amor pode explicar a dedicação e o trabalho daqueles que estiverem no Brasil antes de nós. Somente o amor pode nos motivar a imitá-los. Somente o amor é o remédio para os males de nosso tempo e de todos os tempos. Meus amigos, nós somos missionários daquele amor. Aquele amor, deve ser nosso sentimento, ao nos colocarmos diante da cruz e diante de nosso Deus hoje.

Parabéns a todos vocês. Que todos sejamos fiéis ao nosso Deus e ao dom que Ele nos concedeu.”

Padre Mark McDonald MSC
Superior Geral dos Missionários do Sagrado Coração
(Fonte: www.msc.com.br)