Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Nossa vida é repleta de graças!

Como temos acompanhado, ainda não encontramos uma pessoa que tenha nascido aqui na Vila Formosa e acompanhado a construção de nosso santuário: “Nasci 1927, em Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo, e no início da década de 1940 vim para São Paulo com meus irmãos mais velhos. Moramos um ano, mais ou menos, no Belém”, conta dona Albertina Cutieri. “Eu vim poucos depois, juntamente com meus pais e os outros irmãos e moramos próximo à igreja Santa Izabel. Depois meu pai vendeu a chácara lá no interior e comprou aqui e moramos até hoje”, acrescenta dona Teresa Conceição Carneiro.

A participação na igreja começou ainda no interior: “Desde criança já levava as vizinhas para a igreja. Ao chegar aqui logo começamosa participar das Filhas de Maria. Ajudamos muito nas campanhas para a construção do Santuário, especialmente da ‘Dei um terço para Nossa Senhora’. Havia participação de muita gente e o apoio, pela rádio, do senhor Manuel Victor foi muito importante”, contam elas com saudade… “O então Irmão Afonso, que depois se tornou padre, organizou um grupo de meninas e logo me colocou como coordenadora”, complementa dona Teresa.

Conciliar o trabalho doméstico com a igreja nem sempre é fácil: “depois que me casei com Delfim (Delfim Pinto Carneiro), vieram os filhos. Meu tempo ficou reduzido, afinal foram oito. Então, normalmente só podia ir à missa. Mas o Delfim nunca deixou de participar. Nossa convivência com os padres foi tão forte que sempre digo que eles foram muito importantes na educação de nossos filhos. Somente muitos anos depois pude colaborar com algum trabalho como no movimento de casais, quermesses (barraca da alimentação) e fui catequista até 1995”, rememora dona Teresa…

Alguns trabalhos são mais “escondidos” e, portanto, nem sempre aparecem: “por muito tempo visitei e levei comunhão aos doentes. Eu ia à missa todos os dias. Mas hoje a saúde não me permite e então assisto pela TV quando não consigo ir. Fui coordenadora do Grupo de Rua, participei a Legião de Maria e do Apostolado da Oração. Por alguns anos ia toda semana nos velórios do cemitério de Vila Formosa rezar com as famílias e oferecer algum conforto espiritual por meio da “Pastoral da Esperança”, conta dona Albertina,  pausadamente…

Ao serem perguntadas sobre as melhores lembranças, não têm dúvidas: “a bênção papal, as campanhas para a construção da igreja, as procissões e romarias, são inesquecíveis. Houve um tempo em que tínhamos “as flores de maio”: cada dia uma família oferecia flores e carregava o andor. Por muito tempo, também, quando o andor era recebido pelos seminaristas cantando o Lembrai-vos.

Era lindo demais ouvir eles cantando ‘oh, lembrai-vos, vós virgem mãe de bonança….’.” relembram elas emocionadas…

São muitas as graças alcançadas, mas uma é especial: “uma sobrinha, Vanda, vinha sempre aqui. Tinha por volta de seis anos. Todas as casas tinham poço artesiano. As crianças estavam brincando e o Delfimzinho, meu filho, veio correndo e disse que a Vanda havia caído no poço da casa de meu pai. Eu não podia fazer nada.

Estava com o Sérgio no colo. Apenas saí e vi meu irmão, Antonio, e falei para ele. Ele correu e logo havia muita gente e volta do poço. Como trabalhava em caminhão, foi fácil pegar uma corda e por ela um senhor desceu e trouxe ela de volta. Graças a Nossa Senhora do Sagrado Coração ela caiu junto com uma tábua e ficou por cima. Senão teria acontecido o pior, pois o poço era muito fundo.

Meu medo era como contar para a família dela. Mas também graças a Nossa Senhora do Sagrado Coração, ela foi muito compreensiva”, conta dona Teresa agradecida e a conclui “esta é uma das muitas, inumeráveis graças que alcancei graças a Nossa Senhora do Sagrado Coração”.

As fotos são do arquivo da família.

Miguel Mota