Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Ponto de atenção: a relação do jovem com o álcool

Problemas sociais sempre existiram. Um deles é o alcoolismo, que não é algo pontual na história. Pelo contrário, no contexto brasileiro é algo que chama a atenção.

O primeiro levantamento nacional sobre os Padrões do Consumo de Álcool na População Brasileira, realizado entre novembro de 2005 e abril de 2006, mostra que adolescentes com idade entre 18 e 25 anos começaram a beber aos 15 anos, enquanto jovens entre 14 a 17 anos iniciaram aos 13 anos.

Os resultados da pesquisa também concluem que embora “os adolescentes também apresentem alta taxa de abstinência, ocorre uma situação na qual os que bebem tem a tendência de beber de uma forma problemática”. Além disso, algo preocupante é o fato de que eles “são os que mais mudam o padrão de consumo em curtos espaços de tempo”.

Algumas evidências podem explicar isso. No ensino médio ou já na universidade, a juventude é incentivada – e até pressionada – a consumir bebidas alcoólicas, principalmente pelo círculo de amizades, pela curiosidade latente e até por um desejo de comportamento diferenciado (por exemplo, “eu sou bom, se conseguir beber muito”).

Outro aspecto relevante são as universidades cercadas por bares e botecos que atingem o público estudantil, que em sua grande parte bebem por qualquer razão.

Pior do que isso acontece quando a bebida se torna um refúgio diante das adversidades da vida. Pode se tornar, então, caminho para enfermidades como depressão ou até a violência.

Ademais, fisicamente, beber inapropriadamente causa impactos. De acordo com a pesquisadora Ana Cecília Marques, da Unidade de Álcool e Drogas (UNIAD) da Unifesp, “o jovem que bebe fica mais lento e com a atenção instável”.

Corroborando com a psiquiatra, observa-se que o consumo de álcool afeta o bom senso, a capacidade de coordenar os movimentos do corpo, atrapalha os reflexos e o sono. Isso pode repercute, por exemplo, em muitos acidentes automobilísticos.

Este contexto não tem a intenção de ser apresentado simplesmente de forma negativista. Na verdade, é uma conscientização das influências modernas sobre a juventude. Basta que cada indivíduo – isso inclui também os mais velhos – tenha responsabilidade em seu consumo. Um bom conselho é o dado pelos grupos dos Alcoólatras Anônimos (AA): evite o primeiro gole! Pense nisso!

Thiago Thomaz Puccini