Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Reações e Reações

Giving heart to Jesus abstract concept with easter cross on a whHá exatos dois meses, iniciávamos a Campanha do Dízimo. Ela foi filha, neta ou bisneta de uma legião de campanhas que a precederam e foram celebradas ao longo de oitenta anos para fazer com que o Santuário fosse o magnífico templo que hoje conhecemos. Era sempre um sonho coletivo de melhorar a Igreja que hoje usufruímos. Essa mesma medida foi o que nos levou a essa campanha.

Tendo terminado o projeto, gostaria de registar algumas reações que foram vividas durante sua execução. Uma primeira, foi de um fiel que me perguntou se era realmente necessário fazer a campanha. Eu, cuidadosamente, o respondi: Tal como um bom médico (estilo Dr. Sumita), só apliquei essa terapia, porque o diagnóstico exigia. Ou melhor, o fiz como um pai zeloso que insiste que os filhos tomem um remédio malgrado o sabor, pois sabe o bem que no futuro essa atitude trará. A campanha foi necessária porque nosso Santuário precisa. Se não o fosse, não faria.

Outra reação foi de um Ministro da Eucaristia. Ele disse-me: padre voltei a ser dizimista, espero que Deus me dê a graça de ser fiel a esse propósito. Despertar a consciência para fidelidade do dízimo nesse ministro e em outras pessoas é uma reação que se esperava dessa campanha, pois sem regularidade das contribuições é impossível manter esta estrutura que está a serviço da evangelização e tem gastos regulares.

Uma senhora também reagiu a campanha, disse-me: padre eu fiz uma promessa de dar o dízimo para uma obra missionária. Pacientemente, lhe expliquei que: dízimo é sinal de comunhão paroquial. No Santuário é onde está a comunidade dela, onde comunga, reza, pede os sacramentos e os serviços religiosos. Ela, continuei, não era proibida de fazer caridade a uma missão distante, contudo deveria ser justa e repartir aquilo que ofertava a outra Igreja com sua paróquia, pois em um dado momento sua comunidade não teria como se manter e, talvez, fechasse as portas e ela não teria como frequentar a comunidade distante e pobre que havia ajudado. No dia seguinte, aquela piedosa senhora por amor a este Santuário, entregou-me um “dízimo” no valor exato da metade de tudo que tinha ajudado a obra missionária. Devemos ajudar as necessidades das outras Igrejas, mas não podemos esquecer as do nosso Santuário. Corremos o risco de sermos como um marido que é muito bom para as pessoas na rua, mas deixa sua esposa e filhos passarem fome em casa.

Outra reação, foi raivosa e dura. Um fiel abordou-me no pátio e disse: “padre o senhor precisa ficar dizendo quantas pessoas vem ao Santuário e que são poucos dizimistas, isso nos constrange”. A reação dele me deixou inerte. Elevei aos olhos ao céu e com a firmeza respondi: de fato, não precisaria, você tem razão! Contudo, não precisaria desde que todos tivessem consciência de que deveriam ser dizimistas, colaboradores do anúncio do Evangelho aqui. Emendei dizendo: há um adágio judaico que diz que “as coisas óbvias sempre são as primeiras a serem esquecidas. É óbvio que todos deveriam ser dizimistas, mas isso é esquecido por muitos. Desse modo, tenho que fazer campanha para lembrar do óbvio: Sejamos dizimistas. Não sei se ele, entendeu, mas essa era a minha única razão para fazer a campanha: lembrar o óbvio.

Tantas outras situações vivi nessa campanha. Confesso que algumas foram bem desagradáveis, contrapostas a outras que edificaram muito e nos mostraram que estamos no caminho certo. O que verdadeiramente quero é o bem do Santuário. Estou há mais de um ano a serviço da comunidade como pároco. Devemos admitir que, com ajuda de muita gente, já fiz inúmeras atividades que sempre visam o bem da comunidade. A Campanha do Dízimo é apenas mais uma atividade. Portanto, ajude, apoie, confie. Viso sempre o bem do nosso Santuário!

Pe. Reuberson Ferreira, MSC 
Pároco e Reitor do Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração.