A Igreja, em todos os tempos, goza de uma aguda consciência de que deve pedir ao Senhor da messe que envie operários (Mt 9, 38). Cristo mesmo é quem chama alguns poucos escolhidos. Historicamente no Brasil, desde os idos da década de setenta, estabeleceu-se o mês de agosto como um momento de, comunitariamente, rezar-se pelas vocações. De fato, neste período multiplicam-se as iniciativas em favor daqueles que servem a vinha do Senhor. Em inumeráveis comunidades, capelas e oratórios, homens e mulheres, em coro pedem que o Senhor faça soar em muitos corações seu forte e suave convite para segui-lo.

Nos termos que aqui falamos, tratamos de vocações cristãs. Por um imperativo lógico, todo batizado é chamado, em algum momento a assumir um protagonismo vocacional, a exercer sua vocação. Grosso modo, como membros de uma comunidade de fé, cremos que todos temos três vocações fundamentais: Somos chamados à vida plena, a sermos cristãos, fiéis seguidores de Cristo e a sermos Igreja, comunidade de fé.

Nestes nossos tempos, sobretudo após a pandemia, sem depreciar ou enaltecer as outras, sentimos que a vocação de SER IGREJA precisa reverberar dentro de nós. A Igreja, não é o templo simplesmente, somos nós. Nosso compromisso com a comunidade, nosso serviço pastoral é que nos faz sermos membros do Santuário. A participação nos sacramentos é um aspecto fundamental do senso eclesial, contudo é a atuação direta, dentro e fora da comunidade que expressa o lugar e o valor da Igreja em nossa história. Igualmente é o compromisso com as dificuldades e alegrias da comunidade que definem o espaço prioritário do nosso sentimento em relação a Igreja.

Urge desse modo, resgatar tanto em nossos agentes de pastoral, como em outros fiéis um mais apurado sentimento de Igreja. A comunidade não pertence a outras pessoas, mas a você e a cada um que frequenta o Santuário. Pertencer a uma comunidade, contudo, não é fazer o que se deseja com ela, mas caminhar junto com seus irmãos de fé e buscar fazer com que o Evangelho seja anunciado e que Jesus seja conhecido e amado por toda parte. Ações concretas denunciam esse amor!

Portanto, neste mês vocacional, reavivamos a chama do amor a este Santuário. Deixemos de lado a preguiça, a covardia e a omissão. Façamos de nossas pastorais, movimentos e ministérios o lugar onde cada um, fiel ao seu Deus, expressa sua adesão ao convite feito pelo Senhor a você. Sejamos Igreja, vivamos a Igreja, testemunhemos a Igreja e sua fidelidade ao Evangelho.

Pe. Reuberson Ferreira, MSC
Devoto, Pároco e Reitor do Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração.