Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Um casal mariano

Apenas para não fugir da maioria de nossas entrevistas, hoje conheceremos um pouco mais um casal que veio lá das Minas Gerais, portanto, também não é paulistano: “Nasci em junho de 1941, em Vila do Morro, distrito de São Francisco, cidade do norte de Minas.

Vim para São Paulo 1959, então com 18 anos, e fui morar na Vila Mariana”, conta o senhor Raimundo Vieira do Nascimento. “Eu nasci em Cláudio, mais para o sul de Minas, em julho de 1949. Aos 13 anos, em 1962 minha mãe me chamou e me disse ‘você vai para São Paulo, com uma amiga’. Em pouco tempo desembarquei também na Vila Mariana, e fui morar e trabalhar numa casa de família” lembra a senhora Inês Maria Azevedo do Nascimento.

Embora seja comum a muitos jovens vir para a cidade grande e diminuir sua frequência na igreja, não foi o que aconteceu com eles:

“Eu vim e voltei algumas vezes. Numa delas, inclusive, trouxe meu irmão então com 14 anos. Mas desde o início me falaram de uma igreja próxima e comecei a frequentá-la. Tinha missa de manhã e futebol à tarde. Fui, inclusive membro da congregação mariana” rememora ele. “Eu sempre ia à igreja. Afinal, como era muito nova, era o único lugar permitido e a única oportunidade de sair um pouco da casa onde morava e trabalhava. Logo me tornei membro das “Filhas de Maria. A propósito, foi nesta Igreja, Nossa Senhora da Saúde, na Av. Domingos de Morais, que nos conhecemos”, relembra ela, sorrindo…

A igreja, então, tornou-se o local de encontro: “Ele sempre falava comigo, porém dizia que sobre namoro somente daria a resposta de depois de completar 18 anos.

E assim aconteceu. E a gente sempre “brigou”, tanto que uma vez eu o deixei muito bravo. Estávamos na igreja e ele já  tinha muitos cabelos brancos. Então comentei: ‘coitados de nossos filhos.

Quando crescerem vão olhar para você e perguntar, vovô cadê o papai…’ conta ela com a concordância dele e gargalhadas dos dois…

Como conheceram Nossa Senhora do Sagrado Coração? “Eu ouvia sempre o programa na rádio Excelsior do jornalista Manoel Victor e ele sempre nos convidava para conhecer o Santuário dela em Vila Formosa. Eu trabalhei em diversos lugares e num deles tive de vir trazer uma entrega aqui por perto.

Foi então que conheci esta bela igreja e comecei a frequentá-la”, conta ele, inclusive imitando a voz do jornalista…

Com a maioridade dela, começaram o namoro e logo se casaram: “casamos em 1970, na igreja Nossa Senhora da Saúde. Eu já trabalhava há algum tempo na casa de outra família. Esta não queria que eu mudasse e então fomos morar num quarto dos fundos. Aos poucos compramos um terreno e começamos a construir aqui no Quarto Centenário. Quando engravidei tive até de esconder, por um tempo, pois a família certamente não me deixaria trabalhar mais. Inclusive queriam que continuássemos lá, mas preferimos vir para nossa casa.

Em 1976 viemos morar aqui no Jd. Vila Formosa, onde já tínhamos um pequeno comércio. Desde que mudamos nunca deixamos de participar das missas aqui no Santuário… rememora ela sempre com a concordância dele.

Em pouco tempo começaram intensa participação na comunidade: “certa vez o Pe. Victório aproximou-se de nós e foi direto ao assunto: “vamos comer uma pizza”? ficamos surpresos, afinal era a primeira vez que um padre falava assim com a gente. E aí não paramos mais. Participamos do Coral (missas das 16h30), participamos do Mutirão, em 1978, em Itapetininga, interior de São Paulo e em 1979 participamos do Encontro de Casais com Cristo. Em pouco tempo fomos convidados a participar do Ministério Extraordinário da Eucaristia, do Curso de Noivos, Fraternidade Leiga dos Missionários do Sagrado Coração do qual fomos um dos primeiros…” contam eles. “Enquanto foi possível fui também ministro extraordinário do Batismo e do Matrimônio, como também da Pastoral da Escuta, completa Raimundo.

Chegaram na Vila Mariana, frequentaram a igreja Nossa Senhora da Saúde e Nossa Senhora do Sagrado Coração… “somos devotos de Nossa Senhora. Temos muito a agradecer a ela. A igreja para nós um porto seguro. Quando tínhamos o comércio, perdemos a conta de quantas vezes fomos assaltados. Graças a Deus e a ela nunca nos aconteceu nada. Numa das vezes dormimos normalmente e ao levantar encontramos a porta somente encostada. Entrei e vi que alguns produtos foram roubados. Subi e percebi que haviam mexido em minha carteira.

Levaram apenas o dinheiro e deixaram os documentos. Também não entraram em nosso quarto nem no de nossas filhas…” contam emocionados. “Temos muitas graças alcançadas que não tem como contar todas. Para mim foi uma grande graça conseguir perder 20 quilos sem qualquer medicação. Estava com problemas seríssimos de saúde por causa da obesidade e a diabetes estava muito alta. Tomava insulina 3 vezes ao dia. Hoje não uso mais… conclui ela, emocionada.

 

 

 

 

 

 

Miguel Mota